ÂMBAR
Perder-se-iam os prantos
Enquanto os prantos eram macios...
Da criança, diriam, que o chorar se fazia pelas coisas mais tolas.
Mas são nos troncos que se guardam esses prantos
São prantos do âmbar
Duradoura seiva do coração dos meninos.
Quando o amor se cristaliza,
Das desavenças desmortalha-se a resina.
Todo pranto vertido e contido
Brilha, transparece, amadurece
Na face fina, no olhar macio
No colo limpo
Em que homem e mulher se fazem abrigo
Ao suor, à lágrima, ao beijo sentido.
Quando se ama
Todo sorriso é um sorriso macio
Reserva e essência dos pinheirais
É coração de menino
Resina, que não se desmancha, não se perde jamais.
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