Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2012

RESPONDA SE PUDER

Imagem
Responda se puder Imagine uma construção toda amarrada, Se não pelos ferros... Por paredes e vigas pesadas... Ou seria pelo concreto do cimento? Imagine-se quebrando esta prisão, Buscando aleatoriamente maior amplidão de salas e espaços, Como se, matéria ou argamassa tivesse energia capaz de dispensar Todo o conhecimento do limite que a faz desintegrar. Toda mudança na vida deveria ser premeditada, E com liberdade seria, ir além das conformidades do fazer leis tolas Para que pudessem ser transpostas frente à natureza. E todas as coisas poderiam livremente mudar de lugar, sendo livres. Ter a liberdade para voltar sozinho para casa... Para caminhar contra o vento, sem lenço e sem documento... Por tocar o corpo, desprezando o conhecimento, De que um desejo imenso sempre leva o amor à queda! Liberdade...? Se indagar saberá que trata-se de algo amplo na vida, Que não pode ser suplantado no conceito de imensidão. Pois, liga-se a autonomia, possibilitando ao espí

POEIRA

Imagem
O que seria um absurdo agora... Poeira indo para o mar? Aquele estranho corpo... Num absurdo que a tentação pode alcançar! Poeira a invadir meu espaço Poeira deixando meu coração opaco Poeira que rapidamente se move Poeira que assustada da tragédia também foge! A queda do pássaro que voa longe ao léu O tempo que não rima e simultaneamente voa Se não sabe nadar, por que ir ao mar? Tentação! Poeira que aranha o céu. Numa fase da vida eu tinha sonhos Sonhos que despertavam sentimentos dos escombros Sonhava que poderia subir e talvez voar... Tudo virou poeira e foi pro mar. De magela e Carmem Teresa Elias (Imagem google: transeuntes correndo assustados enquanto os edifícios desabavam na rua Treze de Maio)

Concordia, Fortuna, tudo poderia começar apenas por um nome...

Imagem
Poderia apenas começar pelo nome... Mas Fortuna representava o primeiro grande navio, trazendo a temporada dos grandes transatlânticos. Pensar em fortuna tem outras inquietações e não se referia à riqueza, como muitos pensavam. Significava “Destino". Incluem-se assim, as relações de causa e de efeitos que possuem a Roda da Fortuna. Numa versão simplista: O destino da sorte! O verso inicial de Carmina Burana na mente faz a associação: ”Oh! Fortuna, Imperatriz do Mundo! Aquela imensa e branca nave chegou há alguns anos. O cisne mágico e encantado que apontava para os rumos de um Shangrilá prometido e que, depois de vê-lo flutuar, num vai e vem de dois anos,fez com que, fascinada, a Imperatriz Beatriz, declarasse: Como fazer para viajar? Planejar, poupar, descontrolar... Após algumas temporadas o destino nos fez embarcar. Mas, Fortuna já não viria mais a Costa brasileira, em seu lugar, um navio maior chegara: o Concórdia. Tubarões, monstros marítimos, sereias gigantes para n

ABSURDO

Imagem
Absurdo andar na praia e não achar. Beber cerveja quente... Ter a cabeça quente, Nadar no meio do mar. Absurdo ir ao motel e ser sentimental Ficar pelado para assistir televisão Comemorar o casamento Acabar vendo jornal. Absurdo agora é o preço do comercial Frango velho, peixe esquisito Não como bisteca e nem gosto de cabrito Para embarcar no seu mundo real. Absurdo acender todas as luzes Esperando você chegar: sinalizar... E te ver passando... Onde todo carioca tem de passar. De Magela e Carmem Teresa Elias   (Imagem; Rua Treze de Maio, onde o edifício Liberdade desabou juntamente com mais dois, no coração do Rio de Janeio)

O AMOR E A ENTREGA

Imagem
De que servem os meus versos Se não para entender O amor e a entrega? De que serve o que eu te digo Se o avesso de minha voz É o que embarga o teu grito? Um silêncio nos une Do outro lado de qualquer palavra Quando não se entende O que até a beleza unânime explica: Como uma rosa diante da lua O efêmero e o permanente caminham Lado a lado como em um beijo É que à noite, a agonia torna-se branca... No corpo de mulher, é entrega No coração do homem, é amor Ao avesso, a beleza ilumina sua própria dor, Efêmera ou constante Como o medo ao espinho , ou o céu a um delírio . Mas de que serve o que te digo ? Se a palavra nos une e, ao avesso da noite, Seus olhos me cobiçam e seus lábios me beijam! Para entender a entrega e o amor Tu me trazes rosas efêmeras em noites de luar E eu componho versos, permanentes e brancos. Ao avesso, essa dor caminha unânime, Lado a lado ao silêncio e ao grito Que embargam qualquer palavra que eu te digo.

CONCORDIA

Imagem
CONCORDIA A gaivota imensa Pousou no Concordia. E a embarcação preguiçosa Nem sequer reclamou. Permaneceu calada Acenando a ruína em bandeira estrangeira... Com a mesma sabedoria dos monumentos antigos. E a ave estranha, Que não se sabe de onde vem, Povoa o navio molhado E grita para o silencio. Mas o navio não responde. O navio não tem fome. Ele é só tormento Para o movimento interrompido das ondas. E do alto A ave se banha Com os restos Dos estouros das ondas No mar dorme o Concordia _ o descanso para os pássaros, O repouso para as almas náufragas_ Dele, em breve, voará a gaivota Gritando para o silencio. ... Voará no mesmo  Naufrágio e Sonho De uma Concórdia  possível entre os homens.                  ( foto do atrium Europa no Costa Concordia em noite de gala )         Às vítimas, aos sobreviventes, à embarcação Costa Concordia.

NAU PERDIDA ( COSTA CONCORDIA)

Imagem
Nau Perdida   Até o Mar, Às vezes, Perde... Perde o percurso Das naus. Perde ante os rochedos incertos E faróis apagados É que até ao Mar Um navio deixa saudade!!! E na escuridão, o mar é só receios... Naufragada barca da própria solidão e anseios... Desconhece o mar os passos Por onde aporto Sobre as terras, desertos ou submersas ilhas. Um mar, sem paixão E sem recordação, É mar vazio... Mar só de receios, Sem navios, Mar Sozinho, Um mar de adeus...     A todas as vítimas do Costa Concordia, passageiros, e à própria nau, vítima de seu infortunio.