CONCORDIA

CONCORDIA





A gaivota imensa
Pousou no Concordia.
E a embarcação preguiçosa
Nem sequer reclamou.


Permaneceu calada
Acenando a ruína em bandeira estrangeira...
Com a mesma sabedoria dos monumentos antigos.


E a ave estranha,
Que não se sabe de onde vem,
Povoa o navio molhado
E grita para o silencio.


Mas o navio não responde.
O navio não tem fome.
Ele é só tormento
Para o movimento interrompido das ondas.


E do alto
A ave se banha
Com os restos
Dos estouros das ondas


No mar dorme o Concordia
_ o descanso para os pássaros,
O repouso para as almas náufragas_


Dele, em breve, voará a gaivota
Gritando para o silencio.
... Voará no mesmo  Naufrágio e Sonho
De uma Concórdia  possível entre os homens.



                 ( foto do atrium Europa no Costa Concordia em noite de gala )
 
 
    Às vítimas, aos sobreviventes, à embarcação Costa Concordia.

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