SUBLIME

SUBLIME


Sublime é uma gota de chuva
Quando, entre as milhões que caem das vastidões,
Encontra repouso no caminho vazio de minhas mãos

Sublime é uma rosa branca, desprendida e sem sustento,
A vagar, linda e serena, pelo mar que não lhe pertence
E na areia vem dar-se de encontro ao exíguo espaço lento de meus passos


Sublime é o olhar manso de feras sem as lutas escaldantes
Noites de espera plana para saciar a fome de vida ou morte
Entre combate e o desespero dos homens em fuga pelas savanas


Sublime é o golpe de azul a contornar olhos cegos
Confronto ao azul inexistente de céu
À fúria do mar e ao perfume de açucenas raras

Sublime é entender que nem tudo é bem. Nem tudo é mal...
Todas as vezes em que alguém  olha assim
Também tristonho

Também solitário, também cego de soluções
Compreendo o dimensão íntima desse indizível azul...
E à compaixão  entrego minha alma em  esperança e dor


Carmem Teresa Elias 

 Imagem google: Jean Paul Bourdier

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