AS FLORES DA SAUDADE Em miúdos toque... Em suave aproximação... Pequeninas gotas repousam silenciosas Em minha janela. Tímidas, fazem-me convites E provocam despertares inconscientes. Chove bonito... Chove em paz... Lá fora, um brilho de verniz Emana da paisagem. A catedral, o rio, Os casarões adormecidos, Os morros floridos por árvores roxas... Tudo Resplandece. As flores da Quaresma E até mesmo os telhados velhos Cintilam úmidos Revestidos de súbita mocidade. Os sentimentos, as cores, a natureza, as flores, Às vezes, se combinam. Há flores que não comportam o peso das gotas, Vencidas... Trêmulas... Deixam escorrer por suas pontas Suas muitas águas acumuladas. As flores têm cor de saudade... A chuva tem luz de novas idades, E os meus olhos, comovidos, Se desmancham diante dessa fragilidade. Não sei se chove a chuva Ou se chove eu mesma. Há sentimentos que chegam também de mansinho. Chegam bonitos... Chegam em paz... Consola-me saber Que assim como as flores Despencam...
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VENHA ME VER, VIDA MINHA
Trago hoje um dueto com o poeta Walter de Arruda . Embora nossos textos aqui postados sejam de épocas distintas, parecem responder um ao outro... Segredos da poesia.... VENHA ME VER VIDA MINHA Walter de Arruda e Carmem Teresa Elias Venha, venha sim... Um dia me ver Venha sim... Não venha cedo Porque não estarei preparado... Nem tarde Porque o tempo Apagará tua saudade... Venha , venha sim... Um dia me ver Venha sim... Venha na hora Necessária Quando teu olhar Percorre forte O caminho da saudade... Venha, venha sim Venha... Venha sim...Um dia me ver... Não vestida de mar Porque ele é salgado E faz enjoar... Nem vestida de azul Porque és o próprio céu... Venha Venha sim Se puder Vestida de Luz... Mas venha Quando o meu coração Estiver doendo De tanta vontad...
Sua poesia supera a grandeza da primavera ao se fazer semente .Lindíssimo.
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