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LEITURAS

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LEITURA Há uma palavra perdida No interior do meu olhar... Traz uma súplica De amor Embargada... Um significado Elementar À compreensão do mundo Está lá Na impressão dolorida Do nervo ótico À espera irrompida Dos dicionários Sem definição É uma única saudade Que me prende A todas as outras É um verso único Que se compõe Em todos os outros É uma forma absurda De sentir A outra palavra Que também ficou perdida No interior do seu olhar...

CATEDRAL AZUL

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CATEDRAL AZUL   Deixo hoje um texto em homenagem a Petrópolis, minha 'cidade escolhida'. CATEDRAL AZUL       ( Para a Catedral de São Pedro Alcântara, Catedral de Petrópolis, que me desperta com seus sinos e ilumina da magia minhas noites serranas) Minha Catedral rebatiza a noite de 'Azul'... Como mãos postas sobre a cidade a torre mística ora A névoa deita-se sobre os telhados estendida em seus próprios lençóis Minha cidade dorme Abençoada Valsam as cores ao vento Bailam as árvores embalando o Templo E os cavalos libertos das carruagens voam sonhos alados até os campanários O sino proclama o açoite Templários e cavaleiros abrem as portas do paraíso A Catedral onírica flutua no espelho do rio Seu leito comunga do rito O Azul abarca a água, a terra e o céu Um paraíso pagão sacraliza a noite em festa Na tela pintada Deus admira as mãos dos Homens que iluminam a Catedral.

O PALHAÇO

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                                                          Poema inspirado no  quadro "O Palhaço "de Auguste Renoir Voce acha Que m inha cara É engraçada ... Meu cabelo arrepiado ... Minhas vestes, exageradas ? Olhe, Olhe bem ... Minha pele é pálida... Meus lábios sangram sedentos  ... Meus dentes colhem sementes de fome ... E as borboletas Não enfeitam minhas vestes, Não ... Todas elas Morreram sem jamais sairem Do casulo que sou eu no picadeiro doentio do ator . " Música Maestro ! " Da encenação da Vida Eu detenho A batuta dos risos E o arco do violiono Que Fazem com que você ria Da própria dor Da própria morte ...

O HOMEM

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  Ele foi feito de barro E um paraíso lhe foi dado. Ele foi feito de amor Mas semeou pela terra a dor. Quando pequena eu não o via.... Mas soube que ele chegou Quando o canto dos pássaros Um dia silenciou... E meu choro de criança jamais se calou... Quando cresci, eu já o sentia. Seus movimentos encobriam meus passos... Até o céu havia perdido o seu espaço. A fome engolia a fé... A sede sugava a espera... Faltou-me até mesmo o tempo e eu não consegui alcançar a criatura! Quando parti, porém , percebi as minhas mãos manchadas de culpa. Do mundo sobrara apenas o barro, esmagado entre as dobras dos meus dedos... O monstro, senhor, o monstro sem amor também era eu mesma: éramos todos... E o meu erro foi não perceber que junto a mim também sofria uma humanidade inteira!!!!

INTERPRETAÇÃO

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         INTERPRETAÇÃO   Entre a penumbra das palavras e a luz deusa da sua leitura minha poesia revela toda uma vida... Assim, queria ofertar-lhe um poema No recebimento de seus olhos Compor -me e Ser.

O POETA E A POESIA

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Fui exposto Ao teu sofrer... Às tuas mãos a escrever... Com olhos cerrados Davas a existência às palavras... Eu não via o que miravas E tua mensagem, não compreendia ... Porém sentia A dor de tuas mãos A escrever Sem pausa... Sem descanso ... Sem perdão por si mesmo... Escrevias com os olhos cerrados E somente as palavras Sabiam o que tu miravas... Só elas Choravam tua melancolia Teu desespero Teu movimento incessante Eras a própria dor a escrever O próprio amor a sofrer... E, agora, sem perceber, sou eu O teu amor E tua dor... Composto Exposto Escrito Sou teu Poema Vivo ! Sou o cerne de todo o existir Sobre o papel E sob minha pele
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ESSE MAR QUE ME BANHA Esse mar Que me banha e me salga Não é mais só o meu... Vem de longe... Trazendo talvez uma lágrima Um sorriso... um poema... Vidas e segredos de alguma outra praia. Vem me banhar Da solidão despovoada das ilhas Da angústia das almas náufragas na vida Da mágoa da ostra por sua pérola ferida... Vem de longe De um passado anterior a mim Vem me banhar Da memória molhada do Tempo Vem me trazendo a vida Em suas ondas como quanta Buscando meu toque, meu olhar, Para a outras praias também me levar. Essa história imensa me abarca Um infinito clama por minha alma E meu sonho se desfaz em grão de areia... (IMAGENS GOOGLE)