Das Histórias de família, conta-se na minha a de um famoso leque de marfim e plumas com o qual uma antepassada foi ao último baile do Império, na ilha Fiscal. O objeto, que nunca vi, tornou-se lendário na minha infância. ‘Quem afinal herdou o leque?’ era o que a menina curiosa que sou (ainda) queria desvendar. Não sabemos. Tivemos na família viscondes e viscondessas, cujos retratos pintados estão até hoje em museus e igrejas do Rio e de Petrópolis. Lembrei-me do leque ao assistir à ópera Tosca no Teatro Municipal de São Paulo. Na peça, um leque é o objeto-armadilha que instiga uma falsa traição, armada para causar ciúmes e delatar o paradeiro secreto de um procurado. Há semelhanças entre o leque em Tosca e o lenço roubado em Othelo de Shakespeare. Simples objetos femininos, fáceis de serem esquecidos, achados, perdidos, porém capazes de serem manipulados para despertar ciúmes e culminar nas tragédias e mortes literárias. Simples objetos para deflagrar temas universais – como ciúme,
Carmem,os canticos tribais ecoam em seu texto e ainda são sentidos pelo mundo remanescente.
ResponderExcluirmario
Prezada Carmem!
ResponderExcluirVim retribuir sua visita ao meu blog e fui surpreeendido pela beleza do seu - em estética e conteúdo. Parabéns!
Quanto ao comentário que fez em meu blog, realmente ficou trocado, de texto, e eu ficaria muito honrado se você o repetisse, uma vez que, dessa forma, eu não pude publicá-los.
Aceite meu fraternal abraço,
Carlos Morandi
Esse é muiito legal Podem ter tambem outros
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